(Foto: Divulgação)
Bispo Dom José Ronaldo (Foto: Reprodução/TV Anhanguera) |
A nomeação se deu pelo fato da prisão do bispo Dom José Ronaldo Ribeiro e de cinco padres da região, na Operação Caifás, deflagrada na segunda-feira (19) pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) com apoio das polícias Civil e Militar.
A informação sobre o envio de um interventor foi divulgada nesta terça pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Já o nome do religioso foi divulgado nessa manhã.
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A nota foi assinada pelo seu secretário-geral, Dom Leonardo U. Steiner. No texto, ele pede Justiça nas investigações e convida fiéis a permanecerem unidos em oração. Ele também recomenda aos clérigos presos a se entregarem confiantes “à vontade misericordiosa de Deus”.
Leia abaixo na íntegra a nota
“Diante da prisão do bispo da Diocese de Formosa no Estado de Goiás, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB manifesta a solidariedade com o presbitério e os fiéis da Diocese, recordando ao irmão bispo que a justiça é um abandonar-se confiante à vontade misericordiosa de Deus. A verdade dos fatos deve ser apurada com justiça e transparência, visando o bem da Igreja particular e do bispo. Convido a todos os fiéis da Igreja a permanecermos unidos em oração, para sermos verdadeiras testemunhas do Evangelho”.
Bispo e padres acusados de desviar dinheiro do dízimo
O bispo de Formosa, Dom José Ronaldo; o vigário-geral e segundo na hierarquia de Formosa, monsenhor Epitácio Cardozo Pereira; o juiz eclesiástico Thiago Wenceslau; e mais três padres foram presos temporariamente na segunda-feira (19), suspeitos de integrar um esquema que pode ter desviado mais de R$ 2 milhões dos cofres da Igreja Católica.
(Foto: MPGO/Divulgação) |
Às investigações apontam que desde 2015 eles teriam desviado mais de R$ 2 milhões provenientes de arrecadação de dízimos, taxas de casamentos e batizados, além de festas promovidas pela igreja. Com os desvios de dinheiro, eles teriam comprado fazenda de gado e uma casa lotérica no município de Posse, no Nordeste Goiano.
Durante a operação, também foram apreendidas caminhonetes da diocese de Formosa que estavam sob posse de terceiros, além de grande quantia de dinheiro em espécie, inclusive em moeda estrangeira, relógios, celulares e computadores.
(Foto: MPGO/Divulgação) |
Os presos
José Ronaldo Ribeiro, bispo de Formosa (GO),
Monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, vigário-geral da Diocese de Formosa
Padre Moacyr Santana, pároco da Catedral Nossa Senhora Imaculada Conceição, Formosa
Padre Mário Vieira de Brito, pároco da Paróquia São José Operário, Formosa
Padre Thiago Wenceslau, juiz eclesiástico
Padre Waldoson José de Melo, pároco da Paróquia Sagrada Família, Posse (GO)
Antônio Rubens Ferreira, empresário, acusado de ser laranja da quadrilha
Pedro Henrique Costa Augusto, empresário, acusado de ser laranja da quadrilha
Guilherme Frederico Magalhães, secretário da Cúria de Formosa
No novo presídio da cidade
(Foto: Agetop/Divulgação) |
Os acusados ocupam celas em uma área separada no novo presídio de Formosa. O isolamento ocorre para garantir a integridade física dos clérigos, segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP). Eles têm direito a banho de sol de duas horas por dia e tomam banho em chuveiro sem eletricidade.
'Mesada' por paróquias mais rentáveis
A investigação aponta ainda que padres de Formosa, Posse e Planaltina pagavam ao bispo de Formosa, Dom José Ronaldo, para que fossem mantidos em paróquias mais lucrativas que variava entre R$ 7 mil e R$ 10 mil por mês a "mesada".
"As informações que nós obtivemos é que, para permanecer nas paróquias que davam mais dinheiro, os padres pagavam uma mesada, em dinheiro, ao bispo. Um pároco, que contribuiu com as investigações, inclusive, chegou a ver esse repasse", disse o promotor Douglas Chegyry ao Portal G1 de Goiás.
Depoimentos.
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O Ministério Público de Goiás iniciou na terça-feira (20) a coleta de depoimentos dos investigados presos na Operação Caifás. Na entrevista à imprensa na segunda, os promotores destacaram que as investigações tiveram início a partir de denúncias feitas ao MP por fiéis e divulgadas, também, pelo jornal O Popular no ano passado. Diante dos indícios existentes de desvio dos recursos, a Justiça autorizou a realização de escutas telefônicas, que comprovaram a prática de várias irregularidades. - FORMOSA: Fiéis questionam os gastos da igreja católica
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Segundo explicado pelo promotor Douglas Chegury, entre os crimes que estão sendo apurados estão os de associação criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A expectativa do MP é oferecer a denúncia em relação aos crimes já apurados até o fim desta semana. A investigação, contudo, deverá ter continuidade. O prazo da prisão dos suspeitos é de cinco dias (prisão temporária).
Na entrevista, os promotores fizeram questão de ressaltar que a investigação envolve pessoas que estão vinculadas à Igreja Católica e não a instituição. Douglas Chegury entende, inclusive, que a igreja é também vítima nesse caso.
Com informações do MPGO, G1/GO e CNBB
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