(Foto: Polícia Civil/Divulgação)
A Operação Simulatio deflagrada nesta terça-feira (06) que resultou nas prisões de uma vistoriadora de veículos, servidores e despachantes do Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) e do Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Goiás) apurou que no período de um ano uma servidora teria regularizado mais de 1,5 mil veículos supostamente de forma irregular em Goiás.Segundo a Polícia Civil, isso permitia que carros clonamos e adulterados fossem transferidos de dono e pudessem circular legalmente.
“Tinham despachantes que iniciavam à transferência, a vistoriada que simulava a vistoria e inseria dados no sistema e o servidor que concluía a transferência”, explicou o delegado Cleybio Januário, responsável pelo caso.
De acordo com a gerente de auditoria do Detran, Luciana Gomes, o que chamou a atenção para a fraude foi o grande número de vistorias aprovadas no Ciretran de Mundo Novo. A cidade não tem mais que dois mil veículos registrados.
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“Nós passamos a desconfiar quando, em apenas um ano, a chefe do Ciretran de lá, que era quem tinha a senha para aprovação das vistorias, regularizou mais de 1,5 mil veículos não só na cidade em que trabalhava, mas em outros 14 municípios, o que é proibido. A partir de então, nós, junto com a Polícia Civil, identificamos nove servidores efetivos, que já foram afastados judicialmente, e nove despachantes, que tiveram seus códigos suspensos”, relatou.
Em depoimento à Polícia Civil, a vistoriadora confessou a simulação das vistorias e que recebia até R$ 200 para fazer o serviço, que chegava até dividir os lucros pela fraude. “Ela disse que, por ter essa possibilidade na função dela, ela começou a receber propostas e acabou fazendo as simulações.Ela recebia pequenos valores de cada vistoria, 50, 100, 200 reais e, às vezes, era até dividido ”, afirmou o delegado Cleybio Januário.
A Operação Simulatio cumpre 18 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão em 14 cidades goianas: Abadia de Goiás, Cabeceiras, Cidade de Goiás, Formosa, Itaberaí, Itapuranga, Mundo Novo, Nova Crixás, Nova Veneza, Ouro Verde de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Aparecida de Goiânia, Planaltina e Guapó.
Segundo o G1, detidos alegaram ao Detran que não sabiam da fraude. De acordo com Luciana, mesmo que desconhecem as simulações, eles transgrediram as regras porque aceitaram a vistoria de outra cidade, no caso, Mundo Novo.
(Foto: Polícia Civil, Formosa / Divulgação) |
Ainda segundo a PC, durante as buscas, ainda foram localizadas duas armas de fogo, sendo um revólver calibre 32 com numeração raspada e uma pistola calibre 380, além de diversas munições. Foram presas em Formosa e região 7 pessoas, sendo 4 despachantes e 3 funcionários da Ciretran/Detran.
A PC de Formosa destaca ainda que envolvidos no esquema fraudulento podem responder por crimes de inserção de dados falsos, associação criminosa e corrupção passiva. As penas, somadas, podem resultar em até 10 anos de prisão.
(Foto: Polícia Civil / Divulgação) |
De acordo com o Detran, os oito servidores comissionados foram exonerado. Já o funcionário concursado está afastado de suas funções. Os nove respondem a processo administrativo. Os despachantes investigados também foram bloqueados no sistema do Detran.
Segundo Luciana, os 1,5 mil automóveis que tiveram a vistoria simulada estão bloqueados. Para que ocorra a regularização, eles devem passar pelo procedimento no município em que houve a transferência. Cada vistoria custa R$ 150.
A identidade dos envolvidos não foram divulgados pela polícia.
(Foto: Paula Resende/G1) |
Com informações do G1 GO e Polícia Civil de Formosa
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