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FORMOSA: PCDF cumpre mandados de prisão em operação envolvendo funcionários do Detran na venda de veículos alugados

Os carros eram alugados das locadoras de vários estados brasileiros, mas nunca foram devolvidos. Com a ajuda dos servidores do Detran, eles alteravam das informações dos veículos que eram vendidos posteriormente as vítimas e até financiados.

(Foto: Polícia Civil / Divulgação)
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu mandados de prisão e apreensão em Formosa e Planaltina, cidades goianas no Entorno do DF e Planaltina (DF) nesta terça-feira (18) na operação batizada “Rent a Car”.

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Nas cidades goianas, Formosa e Planaltina, dois funcionários do Departamento de Trânsito (Detran) foram presos acusados de inserção de dados falsos em sistema de informação, falsificação de documentos, participação em organização criminosa e estelionato.

Durante as investigações, que duraram cerca de um ano, foi constatado a existência de uma organização criminosa muito bem estruturada que se destinava à prática de fraudes documentais de veículos, segundo informou a PC.

Vanderlei Moreira de Sales, da cidade de Planaltina (GO) 54 anos de idade, e Getúlio Augusto Canedo em Formosa, 62 anos, eram participantes de uma quadrilha formada por 14 estelionatários que alugavam carros em outros estados do País e os vendiam com novos documentos para vítimas em Planaltina (DF). Destes, 12 tiveram prisão preventiva decretada.

(Foto: Raianne Cordeiro / Jornal de Brasília)

As investigações apontam que o grupo era comandado por quatro criminosos, sendo que três deles foram presos e um está foragido.

De acordo com a PC, o trio, Thiago Rodrigues, 34 anos, Claudemir Menezes, 39, e Marcio Rezende, 32, possuem várias passagens pela polícia por estelionato, tráfico de drogas e de armas de fogo.

O delegado-chefe da 16ª Delegacia de Polícia, Edson Medina, disse que os cabeças da quadrilha enviavam um criminoso para cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte e Curitiba para alugar o carro que nunca chegava a ser devolvido.

Foram cumpridos 12 Mandados de Prisão Preventiva e 14 de Busca e Apreensão, sendo indiciados 14 indivíduos.

O esquema

Os integrantes da Organização Criminosa, fazendo uso de documentos falsos, locavam veículos em vários Estados da Federação, em seguida, por meio fraudulento e sem a apresentação de qualquer documentação, um núcleo da Organização formado por dois servidores do Detran-GO e uma despachante realizavam a transferência do veículo para o Estado do Goiás.

Dando continuidade ao procedimento fraudulento, realizavam mais uma transferência do veículo, dessa vez para o DF e para o nome de um integrante da Organização, e por fim, para finalmente aferirem o valor indevido, realizam a venda do veículo para um terceiro de boa-fé ou o financiavam utilizando cotas contempladas de consórcios em nome de laranjas conhecedores da fraude.

Com a ajuda da despachante Sebastiana Rodrigues Neta, 41 anos, eles realizava transferências em Planaltina de Goiás sem a apresentação de qualquer documentação. “Esse modo de operação chamou atenção porque tem a presença de um agente público. Essa é uma forma simples e eficaz de praticar delitos contra o patrimônio e a operação foi exitosa pela colaboração desse servidor”, disse o delegado Edson Medina.

Medina explica que a organização foi descoberta por conta de uma investigação policial anterior que envolvia os indivíduos, mas que está sob sigilo. “Essa investigação de agora começou há mais de seis meses e faz parte de um todo muito maior”, afirma.

Após observarem várias mudanças de veículos utilizados pelos investigados, a polícia identificou os criminosos, que foram indiciados por participação em organização criminosa, estelionato, falsificação de documentos e falsidade ideológica. “Cada carro leva a um conjunto de crimes, então todas essas infrações foram repetidas, no mínimo, 11 vezes. Como são muitos, eles podem pegar até 30 anos de prisão”, calcula Medina

A operação batizada de “Rent a Car”, apreendeu 11 carros, três motos, duas armas com munições, R$ 50 mil em espécie e R$ 4 milhões em cheques.

De acordo com o delegado, foram identificados 12 carros, um ainda será apreendido. Pelo menos 24 pessoas foram vítimas do grupo criminoso, sendo a locadora dos veículos e a pessoa física que comprou ao final do processo criminoso.

“Nós tivemos casos de uma vítima que fez uma permuta com um imóvel e agora perdeu os dois”, conta Edson Medina

Os carros apreendidos serão devolvidos as locadoras.


Com informações do Jornal de Brasília

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