Os dois empresários apontados como laranjas do esquema também são alvos da decisão.
(Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
Na manhã desta sexta-feira (23) o juiz da 2ª Vara Criminal de Formosa (GO), Entorno do Distrito Federal, Fernando Oliveira Samuel, aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e decretou a prisão preventiva do bispo Dom José Ronaldo; do monsenhor Epitácio Cardozo Pereira; dos padres Mário Vieira, Moacyr Santana, Tiago Wenceslau e Waldson José; e dos empresários Antônio Rubens e Pedro Henrique, com fundamento para garantia da ordem pública e para conveniência da instrução.
Essas pessoas estão entre as 11 pessoas envolvidas em um esquema de desvio de dinheiro e apropriação indébita de recursos da Diocese de Formosa, revelado pela Operação Caifás, deflagrada na última segunda-feira (19). Eles teriam desviado cerca de R$ 2 milhões da igreja.
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Essa ação desarticulou um esquema de desvio de dinheiro e apropriação indébita de recursos da Diocese de Formosa, bem como de algumas paróquias ligadas a ela em outras cidades. Os valores desviados eram provenientes de dízimos recolhidos dos fiéis, de doações e de taxas arrecadadas com festas e cerimônias da Igreja Católica, como batismo e casamento.
(Foto: MP-GO / Divulgação) |
A operação, coordenada pelos promotores de Justiça Fernanda Balbinot e Douglas Chegury, contou com a atuação de mais dez promotores de Justiça e o apoio do Centro de Inteligência (CI) do MP-GO, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Entorno do Distrito Federal, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI-MP), além da Polícia Civil e da Polícia Militar.
Denúncia
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Os promotores de Justiça Fernanda Balbinot, Paula Moraes de Matos, Julimar da Silva e Douglas Chegury ofereceram denúncia contra o monsenhor Epitácio Cardozo Pereira, o contador Darcivan da Conceição Serracena, o bispo José Ronaldo Ribeiro, o secretário da Cúria Guilherme Frederico Magalhães e o juiz eclesiástico Tiago Wenceslau de Barros Barbosa Júnior. Foram denunciados também os padres Moacir Santana, Mário Vieira de Brito e Waldson José de Melo e os empresários Antônio Rubens Ferreira e Pedro Henrique Costa Augusto e o advogado Edimundo da Silva Borges Júnior. À exceção dos empresários Antônio Rubens e Pedro Henrique, todos os demais responderão pelo crime de associação criminosa.- FORMOSA: Fiéis questionam os gastos da igreja católica
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Epitácio Cardozo, Waldson José e Guilherme Frederico foram denunciado também por apropriação indébita, enquanto José Ronaldo e Mário Vieira por apropriação indébita e falsidade ideológica. Darcivan, Edimilson e Tiago foram denunciados por falsidade ideológica e, por sua vez, Moacyr Santana responderá por apropriação indébita e lavagem de dinheiro. Por fim, os empresários Antônio Rubens e Pedro Henrique foram denunciados pelo crime de lavagem de dinheiro.
Os promotores descreveram em detalhes a participação de cada um deles no documento (confira aqui), onde são individualizadas as suas condutas criminosas para que a apropriação de altos valores advindos de dízimo de fiéis, pagamento de emolumentos eclesiásticos de batismos, casamentos, bem como doações e coletas. Confira também clicando aqui a decisão judicial.
Papa Francisco havia determinado investigação nas contas da diocese antes das prisões
De acordo com a Nunciatura Apostólica (que atua como embaixada da Santa Sé), o Papa Francisco havia determinado que as contas da Diocese de Formosa fossem investigadas no início do mês, antes mesmo das prisões. O arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto, foi nomeado administrador apostólico, espécie de "interventor".
Dom Paulo Mendes Peixoto (Foto: Divulgação) |
“No dia que Dom Paulo estava indo até a Formosa fazer essa visita [ordenada pelo Papa], o Bispo, Dom José Ronaldo Ribeiro, foi preso. E preso também os demais religiosos. Logo não fazia sentido Dom Paulo ir até Formosa para esta visita, uma vez que a Diocese estava sem representante, ele não teria com quem conversar”, explicou a assessoria do “interventor”.
Em entrevista à TV Anhanguera, Dom Paulo afirmou que estará à disposição da comunidade e dos religiosos detidos. Ele volta para Uberaba (MG) no sábado, onde fica por tempo indeterminado, já que segue administrador lá também.
“A primeira atitude minha é conversar com os padres, dizer que a gente está com o coração aberto para ajudá-los e contar com a ajuda deles", afirmou.
"A questão que aconteceu, a Justiça é que tem que dar a sua palavra. A gente não [pode] ficar preocupado com isso não,[vamos ficar] preocupados com o povo que precisa de uma segurança, os padres, que também precisam de uma segurança. Vou estar ali com eles, [serei] mais um para somar”, disse Dom Paulo
Com informações do Ministério Público do Estado de Goiás e G1/GO
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